A Revista Wine, uma das mais prestigiadas publicações do segmento, acaba de dedicar duas páginas ao universo dos Vinhos de Inverno. A reportagem, que detalha o trabalho da Associação Nacional dos Produtores de Vinho de Inverno (Anprovin), foi publicada na edição de março da revista, justamente aquela que celebra a marca de 400 mil sócios do clube. A edição comemorativa ilustra esse alcance, destacando as etapas da Wine ao longo da história. Dos 400 mil assinantes, 20 mil deles estão no Exterior.
A reportagem que narra o caminho percorrido pela Anprovin e a história de sucesso da técnica da dupla poda explica como esse vinho de qualidade premium é obtido, lembra da importância dos processos de certificação e sinaliza para um horizonte de expansão no mercado, em razão de suas virtudes de inovação e empreendedorismo.
O conteúdo traz números sobre o mercado e oferece um panorama da produção nos estados e regiões onde a dupla poda está sendo aplicada.
A reportagem reforça ainda o papel da Anprovin como um dos pilares de apoio à vitivinicultura, valorizando e ajudando a impulsionar o agro.
Na edição de fevereiro deste ano, a Revista Wine já havia dado espaço para um projeto que envolve Vinhos de Inverno. A publicação, na ocasão, dedicou ampla reportagem sobre a formação da Wines of São Paulo, uma união de empreendimentos cujo objetivo essencial é trabalhar no fomento de vinhos premium produzidos no estado, especialmente os obtidos por meio da técnica da dupla poda.
Em seu editorial de abertura, o CEO da revista Wine, Marcelo D’Arlenzo, destacou que a reportagem das vinícolas paulistas vai ao encontro do propósito da publicação, que também é apoiar e celebrar a indústria nacional do vinho.
Veja abaixo trechos do texto publicado pela Wine sobre os Vinhos de Inverno na edição de março de 2024
Os Vinhos de Inverno têm conquistado o paladar do consumidor e ganhado cada vez mais prestígio nacional e internacional. Os sucessivos prêmios de seus associados, a expansão da área de cultivo e o aprimoramento das técnicas de produção compõem um cenário revolucionário, que transformou o segmento num grande gerador de oportunidades na viticultura brasileira.
Quem passou a ouvir sobre os Vinhos de Inverno mais recentemente talvez não saiba das primeiras experiências na Serra da Mantiqueira, lideradas pelo então pesquisador da Epamig, Murillo de Albuquerque Regina, visionário de uma técnica que se mostrou acertada, a dupla poda.
Tudo começou nos anos 2000, como parte de um projeto experimental. É nesta época que Murillo, recém-chegado de seu doutorado na França, conduziu o bem-sucedido plantio das primeiras mudas, contando com o apoio essencial do médico Marcos Arruda Vieira, que cedeu parte de sua propriedade, a Fazenda da Fé, em Três Corações (MG), para o teste de campo da dupla poda.
O Vinho de Inverno é, portanto, resultante de uma técnica em que os produtores invertem o ciclo da videira, de forma a fazer duas podas no ano. Assim, as uvas chegam com grau de maturação ideal para serem colhidas no Inverno, período de pouca chuva, alta incidência do sol e grande amplitude térmica, com clima ameno e frio.
Da parceria Murillo-Marcos nasceu a nova fronteira do vinho brasileiro. Pai e padrinho dos Vinhos de Inverno, definitivamente, alicerçaram as bases deste segmento, que hoje se mostra robusto e em franca expansão.
Este legado de inovação e empreendedorismo se assentou, anos depois, na formação da Associação Nacional de Produtores de Vinhos de Inverno (Anprovin), fundada em 2016, em novo capítulo desta história. Entre os principais objetivos que sustentam a sua criação estão buscar a união dos produtores e fortalecer o setor de forma sistematizada.
Certificação
É neste sentido que a Anprovin fechou a última temporada, com grandes realizações no setor vitícola brasileiro. E em 2024 não será diferente.
A entidade, com sede em Caldas, Sul de Minas Gerais, vem consolidando um ambicioso e detalhado projeto de certificação dos Vinhos de Inverno.
Trata-se de um rigoroso controle de qualidade que passa pela sistemática observação e conferências dos parreirais, além do trabalho minucioso e de alta exigência da enologia.
A certificação é uma importante etapa antes de o vinho chegar ao mercado. Ela oferece parâmetros de qualidade sensorial e norteia os produtores e os gestores da Anprovin dentro do trabalho contínuo de qualificação da produção, em todas as suas fases.
Todo esse conjunto de informações pode ser acessado pelo consumidor final, quando ele escaneia o QRCode presente na garrafa de um autêntico Vinho de Inverno.
Associados
A associação é um dos pilares do agro na viticultura. Ela representa 44 vinícolas associadas, a maioria delas estabelecida em São Paulo e Minas Gerais. Mas há representantes também na Bahia, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal.
Esses produtores associados somam aproximadamente 1,2 milhão de pés de uva plantados em suas propriedades, o que equivale a uma produção anual de 888 toneladas de uva colhidas em 318 hectares. Isso resulta em 488 mil litros de vinho ou 651 mil garrafas de 750ml.
O plantio das uvas que se transformam em Vinhos de Inverno categoria superior está distribuído, percentualmente, da seguinte forma pelos estados: 51% (MG), 21,3% (SP), 19,1% (BA), 6,8% (DF), 1,7% (GO) e 1% (MT). Os dados referem-se exclusivamente à produção das vinícolas que estão associadas à Anprovin.
Essa história segue emocionando os apaixonados pelo vinho. Se depender da Anprovin, os capítulos seguintes serão de muita vitalidade e boas notícias, um processo contínuo que transformou os Vinhos de Inverno num segmento singular e de muita personalidade.