O Brasil acompanha com profunda consternação os impactos da maior tragédia climática da história brasileira que atingiu a população do Rio Grande do Sul. As cenas exibidas em tempo real pelos veículos de comunicação são aterradoras e dão uma dimensão do sofrimento do povo gaúcho. Dados em constante atualização indicam até este 10 de maio um total de 113 mortos, 146 desaparecidos, 756 feridos e aproximadamente 170 mil pessoas desalojadas. A dor desta catástrofe é coletiva.

Dos 497 municípios localizados no Rio Grande do Sul, 435 foram afetados, ou seja, 2 milhões de pessoas que tiveram que mudar as suas vidas em decorrências das fortes e persistentes chuvas que inundaram cidades inteiras e parte da capital, Porto Alegre.

 

Os efeitos devastadores da tragédia também atingiram em cheio o setor de uva e vinho do estado gaúcho, o maior produtor do País.

 

São 15 mil famílias envolvidas com a vitivinicultura e 539 vinícolas em atividade, de acordo com dados de 2024 da Secretaria Estadual da Agricultura do RS. Trata-se de uma grande força de trabalho, que produz renda e emprego, gerando receita para a economia do estado e municípios, alimentando toda uma cadeia que inclui enoturismo, gastronomia e atividades comerciais e industriais.

Esse segmento de grande importância para o estado gaúcho foi severamente impactado pelas inundações. Vinhedos destruídos, estradas danificadas e famílias ilhadas são apenas uma amostra desta tragédia para o setor. Ainda não se sabe a estimativa deste prejuízo e quanto tempo levará para a vitivinicultura gaúcha se reeguer.

 

Zona rural de município agrícola do RS – Foto: MPA/Divulgação

 

Já se sabe que entidades do agro brasileiro estão mobilizadas para olhar para o futuro.

 

A Embrapa Uva e Vinho do RS já criou um grupo de especialistas para discutir ações de curto, médio e longo prazo para ajudar o setor a se reerguer. A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e o Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN) também se organizam para participar deste processo de auxílio e retomada.

Dados do Sindicato Rural da Serra Gaúcha, por exemplo, apontam a destruição de pelo menos 250 hectares em Bento Gonçalves. Há destuição severa também em municípios produtores como Santa Tereza, Monte Belo do Sul, Garibaldi, Pinto Bandeira e Carlos Barbosa.

Portanto, neste momento de tristeza, a Associação Nacional dos Produtores de Vinho de Inverno (Anprovin) vem a público para externar apoio e solidariedade aos colegas produtores do estado do Rio Grande do Sul. A associação reitera sua profunda consternação pelas vidas perdidas e transformadas pela catástrofe climática e salienta que está unida à corrente do bem que se formou no Brasil para ajudar no atendimento às vítimas, no fornecimento de ítens básicos de higiene e alimentação e na defesa de uma reconstrução bem-sucedida após a mitigação de todos os efeitos da destruição.

 

Área de vinhedo destruído pelas inundações no RS – Foto: Brasil de Vinhos/Divulgação

A produção gaúcha está profundamente enraizada na cultura, na tradição e na economia.

 

É um bem do povo gaúcho e, por extensão, da identidade nacional. Por isso, a Anprovin deseja e espera que a expressiva produção de uvas e vinhos no estado gaúcho seja apoiada pelo poder público de forma exemplar e que toda a vitivinicultura possa se reeguer, no seu tempo, ainda mais forte para seguir a sua missão com competência e vitalidade.

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