Inspiração, pesquisa e foco

A nossa história

Somos desbravadores e apaixonados pelo vinho. Mais que isso: concebemos e aplicamos uma tecnologia que criou uma nova fronteira de produção, gerando um cenário até então inimaginável no segmento da viticultura brasileira. A nossa história tem aproximadamente duas décadas. Uma jornada de percepções, intuições, labuta e muita pesquisa.

Mas a origem dessa viagem ao universo do vinho fino remonta ao Brasil Colônia. É ali que está o fio condutor dos Vinhos de Inverno e de toda a cadeia que hoje dá sustentação a esse segmento. É na jornada de um botânico francês que cruzou o Atlântico para conhecer a flora brasileira que está a nossa inspiração.

Augustin François César Prouvençal de Saint-Hilaire era um naturalista. Ele viajou a terras brasileiras, entre 1816 e 1822, com o patrocínio do Museu de História Natural e do Ministério do Interior da França. Aqui circulou pelo Centro-Oeste do País, com paradas estratégicas na então capitania de Minas Gerais. Suas andanças lhe trouxeram experiências encantadoras e surpreendentes.

Uma delas é justamente a percepção que resultou, dois séculos depois, no insight que está revolucionando a cena do vinho nacional. A notável viagem do botânico francês jogou luz em elementos da ciência, do clima e da geografia brasileiras que explicam essa conexão com os Vinhos de Inverno.

Numa das viagens a Minas Gerais, o naturalista experimentou uma uva. E notou que aquela videira produzia um fruto que lembrava as suas origens francesas. O Inverno da Serra da Mantiqueira oferecia ao viajante, portanto, um sinal de que havia algo semelhante entre aquele clima e o frio de Orléans, cidade localizada a 125 quilômetros a Sudoeste de Paris. Estava ali lançada a semente da história que a Anprovin e seus associados estão protagonizando hoje.

O caminho inverso

Enquanto o naturalista francês veio ao Brasil aprofundar seu conhecimento sobre a flora brasileira, cujos estudos e descobertas impressionaram a família real, o engenheiro agrônomo Murillo de Albuquerque Regina fazia a rota oposta, aperfeiçoando suas pesquisas e concluindo o seu doutorado na França.

Ex-professor da Universidade Federal de Lavras e ex-pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Murillo esmerou-se na formação em fitotecnia. Lá, fez mestrado em Viticultura e Enologia pela Université de Bordeaux II (1990), doutorado em Viticultura e Enologia pela Université de Bordeaux II (1993) e pós-doutorado pela Etablissement National Techinque Pour L’amélioration de La Viticulture (2000).

Inspirado pelo botânico e com a constatação de que o Inverno na Mantiqueira guardava semelhanças com o clima das grandes regiões produtoras de vinho na Europa, Murillo passou a aprofundar os seus estudos até chegar a um conceito estratégico de que poderia inverter o ciclo natural da videira, de forma que sua maturação ocorresse no Outono/Inverno. Estava ali o embrião da técnica hoje consagrada como dupla poda. Essa tecnologia, na prática, “engana” a planta, fazendo com que ela se desenvolva no ambiente propício para o vinho fino.

Geralmente, uma poda é feita em meados de agosto e outra no início do ano. Com a segunda poda, em janeiro, o ciclo recomeça e a planta floresce em abril e maio. As uvas, portanto, são colhidas no fim de julho, início de agosto, no auge do frio.

Nesta época da colheita, os dias são bastante ensolarados (até 27º), as noites obviamente mais frias (cerca de 10º) e a amplitude térmica, que é a diferença do dia e da noite, chega a 15 e 17º. Cenário perfeito para a matéria-prima que faz os vinhos de excelência dos associados da Anprovin.

Parceira de todas as horas 

Esse trabalho conta com o apoio incondicional e sistêmico da enóloga Isabela Peregrino, graduada em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2009) e em Viticultura e Enologia pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (2013). Apaixonada pelo universo do vinho, Isabela forma com Murillo uma dupla incansável pelo aperfeiçoamento das técnicas que estão transformando o mapa brasileiro da viticultura.

Isabela é ainda especializada em Vigilância Sanitária e Controle de Qualidade pela Universidade Estácio de Sá (2016), além, é claro, de enóloga. Seu trabalho na Epamig abriu novas fronteiras e perspectivas para os proprietários de terras que decidiram se aventurar pelo mundo do vinho.

A Anprovin

Todo esse legado de inovação, empreendedorismo e busca pelo aprimoramento está ancorado num colegiado que hoje representa o segmento da dupla poda. A Associação Nacional de Produtores de Vinhos de Inverno (Anprovin) é uma pessoa jurídica de direito privado, no formato de associação civil sem fins lucrativos, com prazo de duração indeterminado. Foi criada em 16 de março de 2016 por meio de Assembleia Geral. 

A Anprovin tem sede e foro na cidade de Caldas (MG), no Sítio do Jacarandá, sala 1, bairro do Coroado, CEP 37780-000.

Entre os principais objetivos que sustentam a sua criação e o seu trabalho ao longo desses anos estão buscar a união dos produtores de vinhos finos e de uvas para o fortalecimento do setor. 

O eixo que ampara a Anprovin é auxiliar os produtores que adotam o ciclo de Inverno em território brasileiro, naturalmente onde o clima permita a poda invertida.

Estão ainda entre os objetivos da Anprovin defender os interesses dos associados; viabilizar a qualificação e a certificação de seu produtos; colaborar com o desenvolvimento de políticas públicas na vitivinicultura; promover ações de enoturismo e enogastronomia; trabalhar pela ampliação do mercado de Vinhos de Inverno; obter, preservar e proteger a Marca Coletiva Vinhos de Inverno; participar/incentivar/promover feiras e eventos com o propósito de valorizar o segmento.

A Anprovin é constituída por número limitado de membros, distribuídos nas seguintes categorias: Associado Fundador, Associado Pleno, Associado Honorário e Colaborador.

Conheça o estatuto da associação