A história do vinho brasileiro terá nesta segunda-feira, dia 16 de dezembro, em Brasília, um de seus capítulos mais importantes. A data marca a assinatura do convênio que oficializa o projeto do futuro Laboratório de Análise de Vinho, que estará sob a gestão da Associação Nacional dos Produtores de Vinho de Inverno (Anprovin). Trata-se de um dos mais modernos laboratórios de certificação do vinho brasileiro, que será construído no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, localizado na BR 251, Km 5, PAD-DF, Brasília, Distrito Federal.
O evento acontece a partir das 14h30 na sede da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), localizado no Edifício Capital Financial Center, no Setor de Indústrias Gráficas do DF, Quadra 4 – Bloco B.
Detentora e gestora do laboratório, a Anprovin estará representada no ato da assinatura do convênio pelo seu presidente Claudio Góes, pelo diretor de Relações Institucionais, Ronaldo Triacca, e pelo diretor de Marketing, Valério Marega Jr. A ABDI será representada por seu presidente, Ricardo Capelli.
O laboratório é resultado de um investimento global de R$ 3,5 milhões. O repasse envolve a estruturação fisica e demais instalações do laboratório, incluindo a aquisição de equipamentos, material permanente e softwares de gestão necessários para a operacionalização do espaço.
O projeto decorre de uma cooperação técnica e financeira entre a ABDI e a Anprovin com o propósito de estruturar um laboratório enológico para atender às necessidades do setor vitivinícola nacional, com um foco especial nas vinícolas associadas à Associação Nacional dos Produtores de Vinhos de Inverno.
O Laboratório de Análise de Vinho está sendo construído no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, complexo que abrigou recentemente a Expovitis Brasil 2024 – Feira Nacional de Viticultura, Enologia e Enoturismo e também o 3º Festival Anprovin de Vinhos de Inverno, eventos realizados em julho último com grande sucesso e adesão. É dentro deste complexo, pertencente à Coopa-DF, que será erguido o laboratório.
A Anprovin conquistou essa oportunidade de estruturar um laboratório enológico de ponta por iniciativa do diretor de Marketing da associação, o produtor Valerio Marega Júnior. A articulação da parceria com a ABDI foi conduzida pelo diretor de Relações Institucionais, Ronaldo Triacca.
O projeto foi desenvolvido pela Anprovin, contando com o suporte técnico do enólogo Lucas Amaral e do gerente executivo Marcelo José Grespan, além da expertise da especialista em captação de recursos Raquel Resende, da RR.Inova.
Marco da vitivinicultura
“É um marco para a vitivincultura brasileira. Não só por estar sendo implantado na capital do Brasil, região do novo terroir para vinhos de qualidade no País, mas também porque se trata de um dos três mais bem equipados laboratórios brasileiros”, explica o diretor de Relações Institucionais da Anprovin, Ronaldo Triacca.
Ele lembra que a estrutura atenderá prioritariamente as vinícolas associadas à Anprovin. Outros produtores que também utilizam a técnica da dupla poda e vinícolas do Sul do País também poderão contar com as análises apuradas e específicas do laboratório, salienta o diretor.
O objetivo é que o laboratório seja inaugurado em junho de 2025, durante a segunda edição da Expovitis Brasil.
Momento histórico
Para o presidente da Anprovin, Claudio Góes, o Laboratório de Análise de Vinho mostra a grande força da vitivinicultura brasileira, que tem se reiventado ao longo dos últimos anos e colaborado de forma significativa para o agro brasileiro. “É um momento marcante, que ficará para a história da vitivinicultura brasileira”, resume o presidente da associação.
O diretor de marketing da Anprovin, Valério Marega Jr, enxerga um horizonte de grande destaque para os Vinhos de Inverno. “É um passo gigantesco, com impacto na cadeia produtiva e no mercado. O laboratório de certificação será um pilar de excelência no Brasil”, complementa Marega Jr.
O laboratório reunirá, por exemplo, equipamentos como o Winescan, Cromatrófago e Oescan, entre outros.
Fará, com isso, uma análise minuciosa do vinho, com radiografia físico-química da amostra. Essa avaliação certificada é um dos principais requisitos de qualidade, autenticidade e acurácia do produto, oferecendo aos produtores informações preciosas para o desenvolvimento do melhor vinho possível.
Toda a operação técnica e financeira que envolve a ABDI e a Anprovin prevê que a Embrapa Uva e Vinhos e a Embrapa Cerrados também se beneficiem do laboratório, com foco na pesquisa.
O apoio essencial da ABDI
Com o apoio ao Laboratório de Análise do Vinho, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial passa a impulsionar outra cadeia produtiva brasileira, além dos vários segmentos econômicos que fazem parte de suas ações e projetos.
Aliás, a ABDI é um Serviço Social Autônomo dedicado a promover a execução de políticas de desenvolvimento industrial, especialmente as que contribuam para a geração de empregos no Brasil, em consonância com as políticas de comércio exterior e de ciência e tecnologia. É neste sentido que a direção da Anprovin levou à agência o projeto do laboratório.
De acordo com a ABDI, a vitivinicultura no Brasil vem se desenvolvendo nos últimos anos. O setor, destaca a agência, está passando por uma revolução tecnológica, impulsionada pelas tecnologias da Indústria 4.0. “Essas inovações estão transformando a forma como as uvas são cultivadas, os vinhos são produzidos e os negócios são gerenciados, trazendo maior eficiência, sustentabilidade e qualidade para o setor”, pontua a agência.
“As vinícolas que buscam excelência e crescimento necessitam de um laboratório de referência que forneça análises completas e suporte técnico especializado”, justifica a ABDI.
Em seu plano de estruturação da cooperação técnica, a agência elencou quatro pontos para justificar o apoio ao laboratório:
1) Aprimorar processos produtivos, identificando oportunidades de melhoria em todas as etapas, do cultivo ao engarrafamento;
2) Garantir a qualidade dos vinhos, por meio de análises físico-químicas e sensoriais rigorosas;
3) Incentivar a inovação, facilitando a pesquisa e o desenvolvimento de novas técnicas e tecnologias para o setor vitivinícola;
4) Otimizar a logística para análise de vinhos nas regiões fora do Sul-Sudeste do País.