A Universidade Federal de Lavras (UFLA) promoveu na semana passada reunião estratégica para discutir a criação do Comitê Técnico de Pesquisa e Inovação em Viticultura e Enologia, que prevê, entre as ações, um curso técnico de nível superior e de um setor específico na área. A iniciativa tem como objetivo consolidar a UFLA como referência nacional no segmento, promovendo avanços científicos, tecnológicos e acadêmicos voltados à produção de vinhos.

O encontro, realizado no Salão dos Conselhos da Universidade, teve a participação do vice-reitor, professor Antônio Jackson Barbosa, e a mediação do pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFLA, professor Luíz Roberto Batista, responsável pela proposta.

 

Contou ainda com a participação de membros da Associação dos Produtores de Vinhos de Inverno (Anprovin) e Embrapa, ambas instituições parceiras, além de representantes das prefeituras de Lavras e Ijaci.

 

Também estiveram presentes professores da UFLA que contribuíram para a formulação do projeto e fazem parte do comitê técnico, representantes da Diretoria de Inovação, Diretoria de Relações Internacionais (DRI) e da Assessoria Estratégica de Parceria e Solução Integrada (AEPSI).

 

De acordo com o professor Luís Roberto, a criação do setor e do comitê técnico está alinhada às demandas crescentes do mercado de vinhos no Sul de Minas Gerais e no Brasil.

 

“A ideia é estabelecer uma estrutura que conecte academia, mercado e governo, promovendo soluções inovadoras e sustentáveis para fortalecer a competitividade regional”, explicou. Além disso, o projeto traz benefícios estratégicos para a UFLA, como o fortalecimento de seu papel como agente de inovação, o aumento na captação de recursos para projetos de pesquisa, a ampliação de oportunidades de publicações científicas e parcerias internacionais, e a inserção de estudantes em projetos práticos e relevantes que atendam às demandas da sociedade.

Além da estruturação do setor, foi discutida a formalização de protocolos de intenções com instituições parceiras, como a Embrapa, a Epamig e a Anprovin, com foco no desenvolvimento de pesquisas e na capacitação de profissionais para a viticultura e enologia.

 

A técnica da dupla poda, que viabiliza a produção de Vinhos de Inverno, também foi destacada como um diferencial regional que potencializa a qualidade e a competitividade dos vinhos mineiros.

 

 

Diretor elogia iniciativa

O diretor de marketing da Anprovin, Valério Marega Jr, elogiou a iniciativa da Universidade Federal de Lavras sobre o protocolo de intenções para a criação de um curso de nível superior em Viticultura e Enologia. Ele vê uma carência de profissionais num setor em plena expansão e enxerga com bons olhos a participação de uma universidade neste processo de qualificação do mercado.

 

Valerio Marega Jr lembra que as faculdades de enologia foram criadas majoritariamente nos anos 2000 e que, de certa forma, todo esse ciclo de aprendizado, formação e investimento é ainda recente.

 

O diretor lembra que o Brasil conta com seis instituições de ensino superior que oferecem cursos na área de Enologia atualmente. São elas:

 

a) Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) Campus Bento Gonçalves, com o curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia (duração de seis semestres);

b) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense (IFSul)Campus Visconde da Graça, com o curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia (duração de seis semestres);

c) Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) – Campus Urupema, com o curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia (duração de sete semestres);

d) Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) – Campus Dom Pedrito, com o curso de Bacharelado em Enologia (duração de nove semestres);

e) Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE) – Campus Petrolina Zona Rural, com o curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia (duração de seis semestres);

f) Instituto Federal de São Paulo (IFSP) – Campus São Roque, com o curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia (duração de seis semestres).

 

“Extremamente interessante a iniciativa da Universidade Federal de Lavras. Sucesso no projeto”, finalizou o diretor da Anprovin.

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