A Associação Nacional dos Produtores de Vinho de Inverno (Anprovin) tem construído os alicerces de um projeto bem-sucedido alinhando pesquisa, ciência, coragem, ousadia e muito trabalho. As histórias de sucesso deste segmento não se limitam às sucessivas premiações, em concursos de grande prestígio nacional e internacional. Elas convergem para um enredo que une inspiração, perseverança e investimento.
O brasileiríssimo Vinho de Inverno é resultado de um esforço coletivo que se seguiu ao pioneirismo e sensibilidade de Murillo de Alburqueque Regina, nome de prestígio que dispensa adjetivos adicionais. Seu empreendedorismo permitiu que novas fronteiras se abrissem ao mercado brasileiro, convergindo em torno desta tecnologia uma indústria poderosíssima. Hoje, os Vinhos de Inverno são produzidos em oito regiões do País (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal).
Essa força avançou os limites dos parreirais, colocando o Vinho de Inverno como um ativo do mercado brasileiro, um produto cada vez admirado e buscado pelos apreciadores de vinhos de excelência. Neste sentido, o setor da dupla poda trouxe inovação e qualidade, somando-se aos históricos esforços de produtores nacionais que estão há décadas, parte deles há gerações, produzindo e lutando no mercado.
O Sudeste brasileiro, por exemplo, representa 88 milhões de habitantes, ou seja, 50% do PIB brasileiro. É mais do que a população da Alemanha, de 84 milhões de habitantes, mais que a França, com 67 milhões e o dobro da Espanha, com seus 47 milhões.
É natural que novos competidores de extrema qualidade comecem a se movimentar com mais eficiência, estando mais perto de seus parques produtivos e dos consumidores que alavancam cada vez mais o enoturismo. Vale lembrar ainda da fortíssima geração de emprego e renda.
O Vinho de Inverno é, portanto, um produto nacional que alterou a balança da forte concorrência.
Ao fazer isso, abriu novas oportunidades de trabalho e novos horizontes de mercado. Aliás, os empreendedores deste setor, em sã consciência e livre arbítrio, investem seu dinheiro no que querem e acreditam.
Esses produtores associados somam aproximadamente 1,2 milhão de pés de uva plantados em suas propriedades, o que resulta numa produção anual de aproximadamente um milhão de garrafas. A expectativa é triplicar esse número pelos próximos três anos.
A produção dos Vinhos de Inverno no Brasil está sob a responsabilidade de mais de 50 vinícolas associadas à Anprovin. Toda essa produção é certificada e recebe a chancela da Associação Nacional dos Produtores de Vinho de Inverno. Parte das vinícolas ainda está em seu estágio inicial, finalizando processos de plantio, produção e vinificação. Em breve, elas estarão no mercado, oferecendo os seus vinhos. Outra parte já está no mercado há duas décadas, em processo mais avançado, inclusive com estrutura de enoturismo para visitação.
Há, também, todo um contexto de mercado. O aumento inequívoco de preços de insumos ligados à indústria de cerveja puxa cada vez mais consumidores para o vinho. Mas para ganhar mercado é necessário um movimento mais trivial, idealizado pelo gênio da publicidade, Washington Olivetto, nome célebre da propaganda que acaba de nos deixar aos 73 anos. De sua mente brilhante nasceram peças memoráveis. Uma delas mudou para sempre o rumo da indústria cervejeira com o bordão da Nova Schin, EXPERIMENTA
E é isso que o setor da dupla poda tem feito: agregar ao vinho todo um portfólio de experiências ao consumidor, que inclui extraordinários projetos de enoturismo, com gastronomia de excelência, passeios aos vinhedos e geração de milhares de empregos, diretos e indiretos.
O segmento da dupla poda em nenhum momento, portanto, se assentou na descoberta de seu pioneiro, ao contrário, foi além.
Hoje, os vinhos que chegam ao mercado passam por cuidadosa certificação, resultado de protocolos extremamente rigorosos. O legado de Murillo de Albuquerque Regina segue com novos gestores, hoje capitaneados pelo presidente da Anprovin, Claudio Góes.
Em breve, o Brasil ganhará ainda um importante aliado: trata-se do maior e mais completo laboratório de certificação do vinho brasileiro, que será construído no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, em Brasília (DF). O projeto vem sendo conduzido pela Anprovin, com apoio e fomento da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
Para se ter uma ideia, o setor vitivinícola brasileiro movimenta R$ 7,5 bilhões anualmente e gera cerca de 200 mil empregos. Temos uma balança favorável de R$ 4,5 bilhões e em 10 anos prováveis R$ 45 bilhões serão movimentados. Com o consumo per capita aumentando, será preciso mais producão e mais empresários dispostos a empregar tempo e dinheiro na atividade.
Números que reforçam a convicção de nossos parceiros de que o caminho é exatamente a coragem, a inovação e o labor.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PRODUTORES DE VINHO DE INVERNO